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  • Tiago Moreira

(Spoilers) 52 curiosidades sobre "Zé Calabros" e os próximos livros!



Estive pensando em vários artigos para a página, mas nenhum deles era interessante o suficiente sozinho. Em especial, queria falar do próximo livro, mas ainda é cedo para dar detalhes a seu respeito.

Foi então que surgiu a ideia de comentar diversas curiosidades sobre As Crônicas Anímicas, Zé Calabros na Terra dos Cornos e a próxima etapa de nossa história. Acabei listando 52 fatos e informações do meu processo criativo.

Mas cuidado, pois temos alguns pequenos SPOILERS de Zé Calabros na Terra dos Cornos adiante!

 

Criador e criação
Criador e criação

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As Crônicas Anímicas tiveram uma forte influência de mangás, especialmente One Piece. Há também muitos elementos de Vagabond.

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O cenário da série, o mundo de Anima, foi criado por mim para uma campanha de RPG que durou mais de cinco anos. Há diversas referências a eventos e personagens dessa campanha ao longo de Zé Calabros na Terra dos Cornos e futuros livros. Será que você consegue encontrá-las?

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A região da Cornália, baseada no cangaço nordestino, foi escolhida como cenário do livro por ser uma referência à cultura, história e folclore do nordeste brasileiro. Antes dela, cheguei a considerar Gaz'zira (baseada no Japão medieval) ou Perona (velho-oeste americano) como alternativas.

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A ideia de um garoto conhecer um gigante e um anão foi uma das primeiras que me surgiu ao construir a história. Esses seres fantásticos ajudariam definir o mundo de Anima para o leitor. Também foi intencional expor logo de cara um elemento absurdo (anões com três metros de altura), para que a história não fosse levada a sério demais. Pode apostar que outras bizarrices, algumas bem cômicas, aparecerão no futuro!

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Nas primeiras versões da história, considerei fazer do personagem central um samurai ou mago. Esse personagem chegaria à Cornália por acidente e seria ajudado por um sertanejo da região. Depois, achei melhor tornar o sertanejo o protagonista, e as ideias de um samurai ou mago foram combinadas na nossa querida Mara'iza.

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Mara'iza foi definida como uma estrangeira para que ela fosse o mais ignorante possível quanto à cultura da Cornália. Assim, o leitor poderia explorar e descobrir as peculiaridades da região junto com ela.

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Zé Calabros foi baseado num personagem meu, Calabros En'sof, com o qual joguei durante uma curta campanha de RPG, numa das raras oportunidades em que não fui mestre de jogo. Como o Zé, o personagem Calabros En'sof era brigão e simplório, mas de bom coração. A frase de efeito "Tá decidido!", acompanhada de bater o punho sobre a palma da outra mão, também veio desse personagem e, em geral, precedia as decisões estúpidas e protencialmente suicidas dele.

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Mara'iza foi baseada numa personagem que criei no jogo World of Warcraft, uma gnomida maga arrogante e de olhos verdes chamada Malaísa. Como no idioma japonês não há diferenciação dos sons de "R" e "L", ela se tornou "Mara'iza", mas Zé, por confusão e provocação, a chama de Malaísa, por considerá-la uma "mala sem alça".

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Quando inicio uma história, tenho só dois marcos definidos: como começará e como será seu clímax. Todo o resto é construído conforme a trama se desenrola. No caso de Zé Calabros na Terra dos Cornos, eu tinha em mente apenas o Prólogo e partes da batalha final com Severino. Da mesma forma, para o meta-trama da série As Crônicas Anímicas, tenho somente noções de como a história terminará. Não sei ainda quais eventos nos levarão até lá.

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Não quis narrar o livro em primeira pessoa porque revelaria cedo demais as motivações de certos personagens. Sempre preferi um narrador em terceira pessoa, onisciente. Trato-o como se fosse a câmera num filme ou seriado, que mostra apenas sempre a perspectiva mais interessante para a narrativa.

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Escrevo os capítulos do livro com a ideia de que seriam episódios de uma série televisiva. Cada capítulo precisa ser consistente, com um tema central, e ter eventos interessantes para prender e divertir o espectador. Também precisa ter ganchos para os próximos "episódios".

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Com exceção do Prólogo (que escrevi antes de definir a regra), o título de cada capítulo é baseado em uma fala contida nele, que melhor reflita o tema central daquele "episódio". Esse mesmo padrão será usado em livros futuros.

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A maioria dos títulos foi escolhida após o respectivo capítulo estar pronto, mas alguns foram definidos com antecedência, e o título foi propositadamente incluído na fala de algum personagem. Os seguintes capítulos tiveram títulos escolhidos com antecedência: "O dia em que eles vieram", "Vazios por dentro", "Vida e morte, Severino", "A lenda do herói" e "O mundo continua a girar".

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"Vida e morte, Severino", que é tanto título de capítulo como grito de guerra dos cangaceiros, é uma homenagem ao livro Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto.

Zeca, Svar, Brunnhardt e os dragões!
Zeca, Svar, Brunnhardt e os dragões!

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Comecei a escrever o livro em Agosto de 2014, quando fiz o Prólogo. O primeiro capítulo, no entanto, só foi iniciado em Janeiro de 2015. O texto da obra foi enfim concluído em Maio de 2016.

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Os primeiros capítulos exigiram muito mais tempo para escrever do que os últimos. Conforme a história se desenrolava, mais fácil era continuá-la. Em média, cada capítulo tomou cerca de duas semanas de esforço, mas alguns tomaram bem mais. Por outro lado, os capítulos 13, 14 e 15, que compõem a "tríade de Beira da Larica", tomaram apenas uma semana cada! Foi o mês (Outubro de 2015) mais produtivo durante a criação da obra!

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Eu não quero só contar ao leitor os sentimentos dos personagens, quero que ele sinta essas emoções. O motivo de haver tantos flashbacks na história é para dar ao leitor uma compreensão do cerne moral e emocional de Zé Calabros.

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O passado de Mara'iza é mantido nebuloso de propósito. Ainda o abordaremos um dia!

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O poema recitado por Svar e Brunnhardt é o meu trecho favorito em toda a obra. Tenho calafrios só de pensar nele! Qual é o seu?

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Falando em poemas, no clímax da batalha de Mara'iza com a monstruosidade mecânica de Chicó, ela recita um haiku (poema japonês de três versos). Fica a dica: esse pequeno detalhe terá ramificações importantes no futuro!

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Já que estamos falando da Malinha, sabia que cada feitiço dela foi definido antes de começar a escrever a história? Eu não queria que magia fosse algo sem limites, nem fui inventando efeitos conforme a história exigia. Também não ajusto as situações aos feitiços dela. Ao invés disso, eu primeiro a coloco em confusão, depois penso em maneiras criativas para ela superar o problema com os recursos disponíveis.

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Aliás, as Escolas Arcanas e seus respectivos feitiços foram todos predefinidos. No total, escrevi os detalhes de oito escolas de magia, 27 truques mágicos, 21 feitiços simples e 135 feitiços complexos. Todos os magistas da história estarão de alguma maneira limitados a essas regras!

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Qual a diferença de truque mágico, feitiço simples e feitiço complexo? Truques mágicos são muito simples e limitados, não cansam o conjurador e não requerem que o magista tenha seu foco arcano em mãos.

Feitiços simples são ataques mais fracos, mas não cansam o conjurador e podem ser usados sem limites.

Feitiços complexos são bem mais potentes, mas não podem ser abusados, pois exaurem o praticante.

-24- Conjuradores de magia são formalmente chamados "magistas", ao invés de "magos", para reforçar que, no mundo de Anima, mágica é uma ciência, não um poder sobrenatural. Nomes como "bruxos" e "feiticeiros" são usados apenas de maneira informal, e não se limitam a usuários de magia arcana.

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Será que a Malinha alcançará seu objetivo de se tornar mestra de todas as oito Escolas Arcanas? Só posso dizer que a jornada, nesse caso, será muito mais importante do que o destino!

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Os vilões mais divertidos de escrever foram Petrúquio Fragoso e Velho Tição. O mais complexo foi Severino Barriga D'Água.

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A batalha mais emocionante, na minha opinião, é a de São Vatapá. Porém, Beira da Larica, especialmente o confronto na mata, foi a que mais gostei de escrever.

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Severino Barriga D'Água foi um vilão menor na campanha de RPG referenciada no livro. Ele "subiu alguns níveis" desde então e se cacifou como antagonista. Alguns de seus companheiros se mantiveram, como Virgulino Cornoaldo e Mané do Cangaço (que originalmente se chamava "Zé do Cangaço", mas foi alterado para não confundir com o protagonista).

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Petrúquio Fragoso foi criado para o livro, e o Velho Tição substitui Maria Formosa, que morreu durante os eventos da campanha, mas é referenciada no livro.

Zé Calabros, Mara'iza e o Rei do Cangaço!
Zé Calabros, Mara'iza e o Rei do Cangaço!

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O personagem Frei Militão é uma homenagem a um colega de trabalho, que me pediu, em tom jocoso, para aparecer na história. Eu tinha a ideia de um vilão, até então sem nome, e perguntei-lhe se aceitaria esse tipo de papel. Dei ao frade o nome e a descrição desse colega, com sua permissão. Imagino o personagem com a mesma aparência dele!

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Após escrever a batalha de Bota de Judas, eu não tinha planos para a parada em Beira da Larica. Frei Militão (ainda sem nome) apareceria em Bota do Judas, após o fim do confronto. Zé estaria muito ferido, e Mara'iza procuraria a ajuda de um sacerdote para curá-lo. O frade, secretamente aliado a Severino, tentaria matar Zé. A ideia foi abandonada, e o papel do frade maligno se desenvolveu no Frei Militão como o conhecemos.

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Da mesma forma, Petrúquio Fragoso e Velho Tição estavam originalmente escalados para serem enfrentados em São Vatapá. Porém, isso faria ser grande demais o número de adversários na batalha final do livro. Alterei os planos para que atacassem Zé e Mara na estrada, e essa ideia evoluiu para o confronto em Beira da Larica.

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O foco arcano de Petrúquio Fragoso é seu colar de ossos e pedras, por isso ele sempre o toca antes de conjurar seus feitiços. Originalmente, Fragoso seria derrotado ao tomarem-lhe o colar, mas essa ideia foi abandonada. Creio que o fim dele no livro foi muito mais impactante.

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Na conclusão da luta de Mara'iza e Petrúquio Fragoso, este tentaria erguer a saia dela, declarando o desejo de humilhá-la e implicando em violência sexual. Minha esposa, ao ler o capítulo, achou que a cena estava pesada demais, então retirei as duas ou três frases que tinham tal conotação. O resto da cena, inclusive a resolução e as repercussões, foram mantidas.

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Originalmente, Malinha e Zé enfrentariam Severino juntos! Porém, percebi que seria melhor para a história tornar a batalha entre Zé e Severino mais pessoal. Além disso, Mara'iza merecia ter seu próprio oponente, para mostrar o quanto ela tinha se desenvolvido ao longo da trama.

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O personagem Chicó Matador serviu no passado a outro vilão, o Coronel Tibúrcio Mendes. O livro faz referências a isso. Na nossa campanha de RPG que inspirou a trama, Chicó surgiu como uma piada, pois ele era um Plebeu (classe de personagem) de nível 20 (máximo), algo que é, em tese, totalmente absurdo, mas possível pelas regras de jogo.

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Chicó Matador acaba fazendo parceria com o capanga Chassi de Grilo. Essa dupla acidental, "Chicó e Grilo", é referência a uma certa obra muito famosa da literatura brasileira, que também se passa no sertão agreste. Sabe identificar que obra é essa?

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Algumas cenas da trama foram planejadas, mas cortadas por delongarem demais sem acrescentarem muito à história.

Na primeira, Zé e Malinha enfrentariam coelhos vorpais, durante a viagem pelo Vale Verde. Essa cena é inclusive referenciada, mas não mostrada, no Capítulo 4.

Depois, após a batalha de Bota do Judas, os dois se enfrentariam num duelo amigável.

E, na terceira, antes da batalha final em São Vatapá, o Coronel Garrancho conversaria com André Meneses sobre as lições que aprendeu ao ter que governar duas cidades, Santa Rita e Itapopó da Mata.

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Duas dessas cenas, contudo, foram recriadas no conto extra, "Doze dias nas montanhas", disponível exclusivamente nas versões pagas do livro.

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A cena do Coronel Garrancho com André Meneses, contudo, não foi reaproveitável. A ideia era falar sobre como a combinação de poder e boas intenções pode levar a resultados desastrosos. Tentei colocá-la no epílogo, mas continuava a ter pouco propósito na trama, então a descartei.

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Pequena curiosidade: durante nossa campanha de RPG, a cidade de Santa Rita foi rebatizada como "Tiburcity" pelo Coronel Tibúrcio Mendes. O nome da cidade voltou a ser Santa Rita após a derrocada do coronel. Eu quis mostrar esse detalhe, em tom de piada, no livro, mas não encontrei local apropriado.

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A ideia de escrever o conto extra "Doze dias nas montanhas" veio bem tarde, em Janeiro de 2017, menos de dois meses antes do livro ser lançado. A ideia era incluir um bônus para quem comprasse o livro. Se você não o leu o conto, não faz ideia do que está perdendo!

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"Doze dias nas montanhas" acabou sendo um conto incrível, que dá várias dicas sobre o próximo livro da série. Vários temas dele serão explorados no Livro 2!

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Aliás, alguns dos últimos parágrafos de "Doze dias nas montanhas" estão entre os primeiros do Livro 2, sem trocar nenhuma palavra, ponto ou vírgula. Embora sua leitura não seja obrigatória, o conto é uma ponte entre os dois livros!

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O epílogo de Zé Calabros na Terra dos Cornos também dá dicas sobre o próximo livro. Em especial, vários elementos mencionados por Mara'iza serão abordadas logo no primeiro capítulo do Livro 2.

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O Livro 2 já tem título, mas será mantido em segredo por enquanto. Novidades em breve!

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Em geral, cada livro da série terá um título baseado no esquema: Personagem - Preposição - Local, evento ou tema. A importância de cada elemento do título variará conforme o livro.

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Um dos livros futuros será centrado na Malinha. O nome dela aparecerá no título!

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Cada livro d'As Crônicas Anímicas será bem diferente do anterior. A fórmula, o cenário, os temas e até o personagem central mudam. Já posso adiantar que o protagonista do Livro 2 não será nem Zé, nem Mara, embora ambos tenham papéis muito importantes na trama.

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Assim como Zé Calabros na Terra dos Cornos explora sertão, cangaço, coronéis e outras temáticas nordestinas, adianto que o Livro 2 abordará um cenário que lembra mais o Rio de Janeiro no período imperial. Haverá intriga, romance e várias complicações inesperadas.

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Estou escrevendo atualmente o Capítulo 8 do Livro 2. Está sendo um verdadeiro desafio, pois tem uma trama mais complexa e minuciosa!

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Tenho, no momento, ideias que cobrem até o quinto livro da série. Porém, elas só se tornarão realidade com o apoio dos leitores. Leiam, divulguem, recomendem e comprem os livros, por favor!

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Quer ainda mais informações? Então, recomendo dar uma olhada em nossa página. Na seção O Mundo de Anima, você encontra uma dezena de artigos que exploram o cenário de nossa história, incluindo detalhes sobre ciência e magia, curiosidades da Cornália e a antiga lenda do Rei-destino.

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